Rebeca Andrade já havia alcançado a melhor campanha de um atleta brasileiro, entre homens e mulheres, numa mesma edição olímpica ao conquistar a medalha de ouro na prova de salto e a prata no individual geral dos Jogos de Tóquio. Ela queria mais, e, por pouco, não conseguiu. Em uma final de altíssimo nível na manhã desta segunda-feira, 2, a ginasta de 22 anos terminou na quinta colocação na prova de solo, na Arena Ariake, na capital japonesa.
A medalha de ouro ficou com a americana Jade Carey, com a nota de 14.366, seguida pela italiana Vanessa Ferrari, com 14.2000. A russa Angelina Melnikova e japonesa Murakami Mai empataram com a nota de 14.166, e subiram juntas ao pódio para receber a medalha de bronze.
Novamente ao som de uma versão instrumental de Baile de Favela, funk de McJoão, a jovem nascida em Guarulhos (SP) fez uma belíssima apresentação, mas foi punida ao colocar um pé para fora do tablado, e terminou com a nota de 14.033 no quinto lugar.
Rebeca encerra, assim, uma participação histórica para o esporte brasileiro. Antes dela, apenas outros cinco brasileiros haviam conquistado duas medalhas numa mesma edição. Os mais recentes foram Isaquias Queiroz, da canoagem, com um bronze e uma prata na Rio-2016 e os nadadores César Cielo com um e uma prata em Pequim-2008, e Gustavo Borges, prata e bronze em Atlanta-1996.
Há mais de um século, na primeira participação do país, nos Jogos Olímpicos de 1920 na Antuérpia, na Bélgica, dois representantes do tiro chegaram ao pódio duas vezes. Guilherme Paraense conquistou o primeiro ouro do país, além de um bronze por equipe, junto de Afrânio da Costa, que também retornou ao país com uma prata.
Rebeca também se juntou a Maurren Maggi, do atletismo, e às judocas Sarah Menezes e Rafaela Silva como únicas mulheres brasileiras a conquistar o ouro em uma modalidade individual. Voltará a Guarulhos, para os braços da mãe Rose, na condição de lenda do esporte nacional.